I
Espírito Natalino
Queridos leitores!
Tivemos a ideia, Marchi e eu, de montar um presépio ecológico. Uma amiga muito querida, Heloisa Callegaro, se interessou pelo projeto e ofereceu sua casa para deixá-lo exposto para visitação.Fizemos um passeio ao Parque do Ibirapuera, que fica aqui no bairro e ali, em meio à natureza coletamos parte do material que seria empregado. Recolhemos cascas e folhas de eucalipto de cores variadas, palha de bambu-gigante, gravetos e pedaços de troncos secos. Construímos o berço do menino Jesus com palha de coqueiro. Maria, José e o menino foram feitos com as delicadas e macias folhas de bambu, amarradas. A barba de José foi confecionada com corda de fibra desfiada que encontramos em casa. A estrutura foi montada por meio de encaixes com papelão ondulado, na verdade, uma embalagem de televisão. Vestimos a Sagrada Família com papel crepom colorido que foi o único material comprado.
Que alegria e realização ver o presépio montado! Nossa amiga Heloisa, chamou amigos e vizinhos para conhecê-lo. De forma espontânea, algumas pessoas, animadas com o espírito natalino, fizeram depoimentos emocionantes a respeito de experiências vividas em outros natais. Maria de Lourdes lembrou-se das festivas reuniões da sua infância em Portugal. Ibrahim contou que aos doze anos de idade, viajando de navio do Líbano para o Brasil, foi escolhido entre muitos passageiros para o papel de José no presépio vivo que o capitão montara, no intuito de festejar o Natal no mar. Passageiros, de diferentes partes do mundo, naquele momento se confraternizaram como verdadeiros irmãos. Estava no ar o ESPÍRITO NATALINO!
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II
Destaque do mês
- Escritor Nelson Albissú -
No mês de dezembro, com grande alegria, destacamos a presença do querido amigo, o escritor Nelson Albissú.
Parabéns, Nelson pelas suas conquistas e votos de um 2012 pleno de projetos concretizados
Quando menino queria ser marinheiro. Não deu certo, mas confesso que a magia do mar ainda me encanta. Com isso, vivo lançando âncoras em portos seguros ou onde encontro poesia.
Tímido, aos nove anos de idade, pensei que o mundo viria abaixo quando minha professora me mandou levantar para assumir autoria da redação que ela elogiava. Foi nesse tempo que aprendi amar os livros.
Sou graduado em Administração de Empresas e também em Direito, mas do advogado tenho apenas o diploma no canudo e a carteira da OAB num canto da gaveta. Minha formação mais mágica é de mestre em Artes Cênicas, na Universidade de São Paulo.
Depois de 25 anos de trabalho na indústria, comecei a contar histórias de pessoas, bichos, fadas, objetos e cidades.
Hoje, sou escritor, dramaturgo, roteirista de filmes e TV, professor universitário de Teatro, cronista e diretor de cultura da Secretária de Cultura de Mogi das Cruzes.
Em várias editoras, tenho publicado 48 livros. Escrevi algumas peças de teatro que foram encenadas por mim e por outros diretores. Ganhei alguns prêmios, títulos e tradução para o espanhol.
Sou um homem urbano, cada vez mais amante das artes. Amo as cidades com suas belezas, facilidades, complexidades e contradições. Mas a vida no campo tem me encantado cada vez mais.
2011 FAZ PARTE DOS BONS ANOS DA MINHA VIDA.
A Cortez Editora lançou o meu romance juvenil SEMENTE ANTIBULLYING e com ele completei a marca de 48 livros publicados em várias editoras. CHARALINA, livro infantil de minha autoria, publicado pela Paulinas Editora, teve sua 20ª edição. Tenho cinco livros escritos no prelo de algumas editoras, para publicação no primeiro semestre de 2012.
Como dramaturgo, escrevi o texto teatral BUMBÕES CIRCUS que reúne circo, teatro, dança e música. Este texto teve sua montagem contemplada para a comemoração dos 30 anos do TUMC.
Criei e dirigi o espetáculo teatral DRUMMOND COM TANGO, montagem da Cia Mágicos Intérpretes.
Agora em dezembro, estou dirigindo a montagem do meu texto cênico-musical AUTO DE NATAL, com um elenco grandioso composto por atores, coro adulto, coral infantil e a Orquestra Sinfônica Jovem de Mogi das Cruzes, totalizando 212 integrantes.
Neste ano, em parceria, compus dois sambas-enredos para o Carnaval Mogiano, que serão levados, em 2012, para avenida pelas escolas Mocidade do Tietê e Escola de Samba da Vila Natal. Também é da minha autoria e parceiros musicais a marcha carnavalesca Nois na Fita, para abrir o desfile dos blocos carnavalesco da Cidade.
Atualmente, sou diretor de cultura da Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes e, o mais importante: estou Feliz da Vida.
SINOPSE DO MEU LIVRO SEMENTE ANTIBULLYING
No famoso colégio Supremo, um novo aluno provoca animação nas meninas e intolerância nos meninos. Aplicado nos estudos, ele se sobressai e o que deveria ser apenas uma diferença de pessoas se torna um problema enorme, com a perversidade que começa na troca de mensagens por computador até chegar à violência. É possível que jovens de alto poder aquisitivo não respeitem as diferenças sociais?
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Palavra do mês de dezembro: NATAL
É Natal! Luz e magia.
A Paz, idealizada
- Realidade ou fantasia -
É meta a ser alcançada.
Regina Sormani
Ao longe repica o sino;
lembramos – já é Natal –
vem ao mundo o ser divino:
Que vença a paz, afinal!
Nilza Azzi
Vinte e cinco de dezembro,
O relógio deu sinal,
Pois nasceu Menino Deus
Foi na noite de Natal.
Marco Haurélio
Na tal, noite de Natal
Deu-se um efeito profundo
Já que esse evento foi tal
Que mudou de vez o mundo.
Maria Luiza
Com a vinda do Natal,
O mundo é pura luz!
A alegria é total.
Viva o menino Jesus!l
Nilza Sormani
Se a cada ano renasço,
se há sempre um novo Natal...
Risco a palavra cansaço,
recuso o ponto final.
Angela Leite
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IV - crônica
A ILHA DO MAL
Simone Pedersen
Todos nós, com o passar dos anos, conhecemos mais e mais indivíduos. Quando bebês, imaginamos que os pouquíssimos seres humanos com os quais temos contatos sejam uma amostra de toda a humanidade. Depois crescemos e descobrimos que mesmo crianças podem ser cruéis, muito cruéis. Só aprendemos quando temos condições de comparar. Não saberíamos o quanto a luz é importante se não houvesse a escuridão. Mesmo assim, adultos chegam à terceira idade sem aprender o quanto é importante ser positivo. A comparação com os defeitos de outras pessoas só serve para nos escurecer. Quem foca no lado bom da vida não tem tempo para falar dos outros ou criticá-los. Pois, para criticar o próximo, deveríamos ser isentos de erros.
Conheço pessoas que têm o poder de destruir a harmonia com duas ou três palavras. Estão sempre reclamando, sempre acentuando o lado imperfeito dos outros, inclusive dos próprios familiares. Não existe compaixão para elas. São os Imperadores de Roma decidindo quem merece viver ou quem terá a mão decepada. A língua dessas pessoas é um chicote que corta a carne de quem os ouve. Usada constantemente, não poupa nem crianças e idosos. Do alto do trono, ditam sentenças de ridículo, retardamento, ignorância, entre tantos outros adjetivos do mal. Acreditam-se superiores, incapazes de cometer erros. No fundo, são dignos de dó. Incapazes de lidar com a dor e indignação, necessitam exteriorizar a podridão que existe dentro delas, na busca de momentâneo alívio. Não sabem que palavras são como fermento – as boas aumentam o bem-estar; as más fermentam o sofrimento e a distância.
Quando você for verbalizar uma crítica, conte até dez. Ou conte até um milhão se precisar. Pondere a utilidade de suas palavras. Se o único resultado for tristeza e decepção, não seja egoísta. Extravase a sua escuridão de uma forma positiva, usando essa energia para melhorar a si próprio primeiro. Porque, se você é capaz de usar palavras preconceituosas ou pejorativas, quem precisa melhorar é você. Seja corajoso. Reflita sobre o impacto que você tem nas pessoas ao seu redor. Troque as ironias por um bom-dia. Cale-se quando suas palavras malignas não tiverem utilidade alguma, a não ser machucar e criar uma atmosfera de tristeza e dor. Principalmente quando falar com seus filhos, com idosos ou subalternos. Crianças precisam de incentivo, amor e carinho para desenvolver força e retidão. Filhos que são constantemente criticados e diminuídos pelos próprios pais sofrem de baixa autoestima e julgam-se incapazes de ser dignos de respeito. Lembre-se que os pequenos cometem erros como todos nós. Precisam de orientação para aprender a não errar novamente. Xingamentos e ofensas servem apenas para criar animosidade, revolta e dor. Não seja egoísta. Guarde o fel e ofereça o mel. Os orientais acreditam que os exercícios têm o poder de transformar as pessoas. Rotina e disciplina. Se você domar seus instintos primitivos e cultivar o lado mais evoluído, sua companhia será muito mais agradável e as pessoas terão prazer em estar ao seu lado, em vez de sentirem-se torturadas por dilacerantes palavras. Para mudar, tudo o que precisamos é admitir que estamos errados. Se vivermos na ilusão de estarmos sempre certos, o “mundo errado” pode nos tornar pessoas intragáveis. O maior prejudicado em ser assim é você. Não apenas por afastar os que poderiam lhe oferecer amor, mas por se afundar cada vez mais nesse mar de dolorosas ondas.
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V
Histórias da minha mãe
Minha mãe se chamava Marina e com ela aprendi a gostar de ouvir e de contar histórias. Antes do sol nascer, ela se levantava para acender nosso fogão de lenha e preparar o café da manhã para a família. Lá do meu quarto, assim que ouvia o barulho das panelas, eu pulava da cama e corria para a cozinha e me sentava à beira do fogão. Daí, ela abanava as cinzas para a lenha arder mais depressa, as chamas aumentarem de força e tamanho e, assim, ferver a água. Enquanto a água fervia na grande chaleira de ferro, era chegado meu momento favorito: a hora de ouvir histórias.
Lembro-me de uma, em particular que ela contou várias vezes a meu pedido.
Meus avós maternos imigrantes italianos adquiriram, chegando ao Brasil uma propriedade rural na cidade de Agudos, interior do estado de São Paulo. Nesse local, que veio a ser chamado Colônia Italiana, construíram suas moradias, cultivaram o solo e iniciaram a criação de animais, para ordenha, que ficavam soltos nos pastos.
Meu avô, Fortunato Andreotti, cuidava da propriedade auxiliado pelos filhos mais velhos, como era o costume. Certa tarde, chovia muito e ele voltou pra casa exausto da lida que começava às cinco da madrugada. Minha avó, Marieta, fazia os preparativos para o jantar, ajudada pelas filhas mais velhas, como era o costume. Ali, da porta da entrada, ouviam-se os gritos do filho caçula, o pequeno Hélio.
Meu avô perguntou então:
— O que tem o bambino?
Minha avó respondeu:
— Está chorando há horas, ele quer sair para brincar lá fora, mas chove sem parar...
Fortunato Andreotti era um homem bom que amava sua família e tinha um xodó pelo caçulinha Hélio. Aproximou-se do pequeno chorão e, enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto do menino conversou com ele. Hélio acabou desabafando:
— Pai, eu quero ir ver as vaquinhas no pasto!
E lá foi o Hélio, no colo do paizão, debaixo de um forte aguaceiro, passear no pasto para ver as vaquinhas. Para protegê-los, apenas um velho guarda-chuvas.
É, mas a história não terminou ali, debaixo da chuva.
Minha mãe que estava lá, viu e viveu tudo isso, contou que o irmão caçula gostou tanto do passeio que não deu mais folga. Durante muito tempo, mesmo nas tardes de tempo firme, lá ia o pai dela, meu avô Fortunato, com o Hélio no colo, ver as vaquinhas no pasto...com o guarda-chuvas aberto.
Um beijo a todos,
Regina Sormani
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VI - Arte
Fogão de lenha
Tela a óleo 50x60
Este quadro foi pintado em 1976, quando visitei minha sogra, a senhora Marina Sormani e me encantei com o fogão de lenha. O ambiente era aconchegante e lá foram contadas muitas histórias interessantes, saboreando delícias da cozinha italiana.
Um abraço,
Gilberto Marchi
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VII
PECEZINHO
Arte: Gilberto Marchi
Argumento: Regina Sormani
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VIII
Ilustração
Arte: Gilberto Marchi
Técnica : Aquarela
Cliente: Interlitho ( Cologne)
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IX
Árvore de Natal do IBIRAPUERA
Com 58 metros de altura e 174 enfeites, as luzes da árvore de Natal do Ibirapuera foram acesas às 20h30 deste domingo, 04 de dezembro. A árvore, que fica na praça Escoteiro Aldo Chioratto com a avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque, zona sul de São Paulo, atraiu uma verdadeira multidão de pessoas que vieram prestigiar o evento.
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X
Vitrine virtual
Ilustrabrasil 8
Carlos Catani e Claudson Rocha
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IX
Árvore de Natal do IBIRAPUERA
Com 58 metros de altura e 174 enfeites, as luzes da árvore de Natal do Ibirapuera foram acesas às 20h30 deste domingo, 04 de dezembro. A árvore, que fica na praça Escoteiro Aldo Chioratto com a avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque, zona sul de São Paulo, atraiu uma verdadeira multidão de pessoas que vieram prestigiar o evento.
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Vitrine virtual
Ilustrabrasil 8
Tradicional exposição realizada pela SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil.Neste ano, a exposição foi inaugurada no Espaço Matilha Cultural, rua Rego Freitas 542, dia 06 de dezembro de 2011 e irá se estender até 12 de fevereiro de 2012.
No 2º andar também há outra exposição, na qual os ilustradores da SIB cederam graciosamente seus trabalhos, numa defesa em prol das aves brasileiras, cujo tema é "PASSARINHO NA GAIOLA NÃO CANTA, LAMENTA".
Gilberto Marchi, Cecília Esteves e Angelo Shuman
Claudson Rocha, GilbertoMarchi e Rogério Soud
Gilberto Marchi.- ilustração cujo tema é : "Cerveja amarrada com barbante".
Um aspecto da exposição em defesa das aves aprisionadas.
Daniel Bueno e Alê AbreuCarlos Catani e Claudson Rocha
Oi, Regina. Excelente a edição do Almanaque de dezembro. As trovas foram muito felizes, razão pela qual parabenizo todos os poetas envolvidos. Em relação à trova que enviei, acrescento uma informação: trata de um trecho de um bendito natalino que recolhi no sertão da Bahia.
ResponderExcluirBoas festas e um mais que maravilhoso 2012!
Oi, Marco!
ResponderExcluirAgradeço de coração meu amigo.
Um bj,
Regina Sormani
Parabéns a tdos pelo almanaque...
ResponderExcluirAdoro ver as imagens de Papai Noel do Marchi...
As trovas estão muito gostosas de ler, os conselhos da Simone são de grande valia e a história da mãe da Regina é do tipo que me faz ler muitas vezes, amo histórias reais.
Parabéns a todos.
Danilo!
ResponderExcluirAcredito que faz parte da missão do escritor compartilhar vivências, sentimentos, lembranças...
O ilustrador também compartilha, utilizando imagens. E, vc sabe, poder compartilhar é maravilhoso.
Um bj e obrigada,
Regina