terça-feira, 15 de abril de 2014

Almanaque de abril de 2014- nº 36 - 3ª edição

I - Homenagem à Teresa Senda Galindo

Meus amigos!
Perdemos Teresa, nossa doce e encantadora amiga. 
Para externar a saudade de todos que conviveram com ela, quero fazer uma  homenagem:  Esta conversa entre ela e o escritor Nelson Albissú foi postada no Vice&Versa do blog da AEILIJ PAULISTA  em  janeiro de 2012. 
Um beijo e UMA FELIZ PÁSCOA!

Regina Sormani



Queridos leitores!
É com muita alegria que aqui apresento as entrevistas de Nelson Albissú, escritor e diretor de cultura da Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes e da ilustradora Teresa Galindo.
Obrigada e parabéns aos dois.
Forte abraço,
Regina Sormani





Perguntas de Teresa Senda Galindo para Nelson Albissú


1 - Nelson, eu o conheci como escritor, mas, você também exerce outras atividades artísticas?

R: Sim. Além dos livros, que são mais de 50 de literatura infanto-juvenil, publicados e alguns premiados, sou cronista de jornais e de sites, dramaturgo com 16 peças encenadas, diretor e professor universitário de teatro. Tenho alguns livros de poesias publicados, componho com parceiros musicais e trabalhei cinco anos como roteirista de TV, de programa infantil e adulto. Também, como roteirista de longa-metragem fui premiado pelo MinC.

2 - Interessa-me seu processo de criação, e como começou seu trabalho com o público infanto-juvenil?

R - Mais do que artista sou administrador, que foi minha primeira formação acadêmica. A razão me conduz e o meu processo de criação, mesmo quando espontâneo, é sempre alimentado pela pesquisa. Tenho de saber o que estou fazendo, o que quero fazer, para quem estou produzindo e qual a importância do resultado, para mim e para os outros.
Trabalhei 25 anos em indústrias. Só nos últimos 23 anos, atuo na área artística. Comecei escrever literatura infanto-juvenil para dialogar com os jovens sobre as questões da terceira idade. E isso foi relativamente fácil por eu adorar crianças e idosos, faixas etárias que, na época, recebiam pouca atenção da sociedade.

3 - Eu sei que escritores costumam ter contato com o público através de trabalhos junto a escolas etc. Você tem recebido muitos feed-backs que estruturam novas produções?

R - Todo feed-back é muito importante, torna-se referência e guia, tanto no teatro como na literatura. Sessões de teatro lotadas e vigésimas edições de livros, às vezes, têm o mesmo valor de uma simples declaração de um leitor ou de alguém da platéia, mas não chegam a estruturar novas produções.

4 - Como você se definiria, em relação a atividades em que atua?

R - Sou artista e gestor de cultura. Tanto pessoalmente como profissionalmente tenho muito interesse por literatura, teatro, dança, circo, ópera, música, artes visuais e audiovisuais. Além disso, empenho-me pela preservação dos bens patrimoniais, sejam eles artísticos, culturais, paisagísticos, materiais ou imateriais. A cultura popular me encanta. Mas não abro mão dos textos clássicos. Tenho um olho na história e outro na contemporaneidade.





Perguntas de Nelson Albissú para Teresa Senda Galindo


1- Fale-me sobre o seu estúdio.

R - Estúdio Douglas Galindo, de criação e ilustrações, é composto por Douglas, Teresa e Raquel, nossa filha.
Eu diria que o nosso estúdio tenha se iniciado no casamento. Douglas, diretor de arte em agências de publicidade, e Teresa, assistente de arte na Abril Infanto-juvenis, transformamos aquilo que foi um fracasso em algo que nos trouxe satisfação e provisão ao longo de mais de 26 ano
Eu deixei meu emprego ao nascer meu primeiro filho, Douglinhas, e Douglas, junto com amigos, formou a empresa Motivation & Co., que se propunha a oferecer projetos de incentivo dentro das empresas, que não teve continuidade devido à situação financeira nacional em 1990, época em que nasceu nossa filha Raquel.
Na ocasião, ilustrar livros didáticos era uma das poucas possibilidades de trabalho para nós. E foi uma oportunidade para me inserir na área que me encantava: a ilustração de livros infanto-juvenis.
A partir dessa situação começamos a trabalhar juntos, basicamente com ilustrações, fossem elas publicitárias ou editoriais e demais serviços de arte, passando das tintas e papéis para o design digital.
Nosso portfólio consiste de ilustrações de centenas de livros didáticos e para-didáticos, literários, jogos educativos, caricaturas, design e programações visuais, imagens corporativas etc.
Posso dizer que trabalhamos com o que gostamos, apesar das dificuldades comuns à categoria.
Temos o nosso estúdio em nossa residência, no Sacomã, bairro de São Paulo.


2 - Como é o produzir em família?

R - É importante partir do princípio de que gostamos e desejamos estar juntos, pois essa situação não é fácil de se manter através dos anos. Douglas e eu tínhamos formações, capacitações, experiências, personalidades diferentes. Ele é apaixonado por cinema e HQs americanos, eu cresci lendo mangás japoneses e algo acadêmico; ele é expressionista nos traços, eu gosto de aquarelas delicadas… e juntos desenhando apressadamente livros de ciências, matemática, literatura, espanhol… tínhamos que tomar muito cuidado para não criarmos monstrinhos…
Trabalho a quatro mãos, e depois a seis… rsrsrs… é necessário muita organização, tolerância, respeito mútuo e abnegação. Aprendemos a trabalhar juntos respeitando os limites individuais e ainda gerando ambiente saudável para o convívio familiar.
Sim, tivemos muitos momentos de tensão e divergências, mas em meio a isso fomos descobrindo os dons mútuos e a sermos um, sem contudo deixarmos de ter nossa identidade própria. Com certeza a nossa diversidade também favorece maior área de atuação.
A Raquel já nasceu nesse ambiente e viveu toda sua vida em meio a aerógrafos, papéis, livros, mas especialmente com computadores. É o seu ambiente natural.
Não posso deixar de citar nossa vida espiritual, que nos faz andar dentro de valores e princípios que favorecem esse caminhar unidos.
Obs.: o nosso filho Douglas não trabalha conosco. Ele é especial, o que requereu do pai encargo de estar mais próximo, e isso acabou dando forma ao nosso estilo de vida.


3 - Como tem sido o seu processo de criação?


R - Acho importante definir duas áreas de atuação: o material didático e o literário. O primeiro necessita de adequação ao que é solicitado, onde há muito pouca criação e sim informação. Qualquer informação supérflua ou deficiente nesse caso se torna ruído ao aprendizado. Já o literário permite maior liberdade, mas eu acho muito importante respeitar o autor, colocando-se em seu lugar, para não descaracterizar sua obra. E respeitar o leitor, que espera o melhor de mim, e a minha intenção é realmente encantá-lo! (eu diria que o ilustrador é um servo do autor e do leitor)
Visto isso, eu tento ver um livro como uma obra integral, da capa, as ilustrações do corpo e até a paginação. Tenho tido apoio das editoras para desenvolver todo o design, e sempre quando posso, trabalho em aquarela, papel e tinta, com alguma valorização no momento da digitalização.
Geralmente, as primeiras imagens que me vêm ao ler um texto são o que dão direção ao todo, mas leio várias vezes depois para não deixar passar detalhes importantes. E faço bonecos, traço rafes, levo bastante tempo preparando essa parte.
Ter empatia com o texto e um tempo de qualidade são imprescindíveis para um bom trabalho, ao meu ver.
E dependendo do assunto, há um extenso trabalho em coletar referências, pesquisar o melhor estilo, desenvolver personagens. Enquanto isso, vou sentindo a obra. Ao iniciar as ilustrações propriamente ditas, elas já estão prontas na minha cabeça.


4 - Qual é a sua relação com a literatura infantil?


R - Eu me considero antes uma consumidora a produtora de literatura infantil.
Fui formada por uma mãe, excelente contadora de histórias (em japonês, rs), que trouxe montanhas de revistas e livrinhos ricamente ilustrados em sua bagagem para o Brasil, e tive contato logo cedo com lápis de cor e desenhos. Cresci lendo os quadrinhos japoneses "mangás", e na escola tive acesso a uma literatura de alto padrão. O meu sonho era ser desenhista de quadrinhos ou de livros infantis.
Acabei enveredando por acaso em publicidade, até que na década de 80 entrei na Abril e conheci muito sobre arte-final, os processos gráficos, muitos artistas da casa e li muitos gibis, rsrs…
Nunca deixei de comprar livros infantis e também adultos, e ainda tenho-os todos! Gosto de ter livros ao meu redor.
Poder ilustrar livros infantis é realização de sonho, e tenho acrescentado a isso escrever e ilustrar meus próprios livros! Tenho pilhas de projetos que ainda não passaram pro papel.
Eu reconheço na Literatura, em especia,l a Infantil, uma fonte riquíssima de transferência de idéias, sonhos, informações, além de seu conteúdo lúdico, para formação do caráter das pessoas que irão gerar as próximas com sabedoria e coração sensível. É como posso contribuindo para um mundo melhor.


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II -Trovadores. com







Um grande prazer da vida
É compor uma trovinha
Pra minha amiga querida
Que se chama Regininha.


Laura Bergallo




— Prazer! O meu nome é Vida!
— Vida, meu nome é Prazer!
— Sem ti eu vivo perdida.
— E eu sem ti não sei viver.

Marco Haurélio






Quero agora revelar
Qual o meu maior prazer:
Uma rede pra deitar
E um bom livro para ler.


Maria Bergallo





O prazer do mês de abril
Está no dia primeiro.
Para quem nunca mentiu
E quem mente o ano inteiro.!

Angela Leite de Souza




Como vai? Muito prazer!
Estou feliz por me levar.
Sei que só vai aprender...
Sou o livro a ensinar!

Nilza Sormani




Saborear a alegria,
Viver com simplicidade!
É um prazer que a maioria
Não conhece, de verdade.

Regina Sormani






O homem quer o Prazer,
mas, muitas vezes esquece
a meta que deve  ter:
Fazer o bem é a sua messe!

Maria Luiza Campos

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