quarta-feira, 14 de novembro de 2012

almanaque de novembro de 2012 - 2ª edição nº 19



I - Novembro

Amigos!

Semana chuvosa aqui em Sampa. A água despenca sem dó em novembro, mas, nem por isso os pássaros desistem de procurar alimento para si e seus filhotes. Cedinho, minha amiga, a pequena sabiá Arrepiada, grita, me chamando, lá da área de serviço. Deixo, todos os dias, uma cumbuca pendurada na grade, com frutas picadinhas. Arrepiada e muitos outros pássaros frequentam minha casa. Sem cerimônia, entram pela cozinha, bicam migalhas no chão, voam pela sala, saindo pela janela, para desespero do Lion, nosso Labrador que acompanha tudo, latindo loucamente.É uma festa!!!!!
Temos o privilégio de ouvir a todo instante duetos de bem-te-vis e sabiás, com a interferência de um ou outro sanhaço. É maravilhoso.
Um bom novembro para todos.
Beijos da Regina Sormani

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II - Trovadores.com

A palavra de novembro é VIDA




  A vida é curta, vivamos!!!
 Mas, com bom senso também.
Tristezas, talvez tenhamos...
 Mas, sempre fazendo o bem!!!!

Nilza Sormani





Criei-os com tanto amor,
jamais pensei na partida.
Dificil lidar com a dor...
Afiinal, assim é a vida.

Fabia Terni




Aprendi coisas na vida
E uma é muito importante:
Após toda despedida,
Temos que seguir adiante.

Laura Bergallo.





O que pensamos ser vida
é o avesso do real,
e a ficção confundida
com eterno sonho mau?

Angela Leite de Souza





Já cansei de ver a vida
sempre no mesmo canal!
Hoje sou mais atrevida:
chega de ação parcial.


Nilza Azzi






Nas voltas que a vida dá,
Andei por vários caminhos.
Estive ali e acolá.
Colhi rosas...e espinhos.


Regina Sormani



Na pedra está a beleza,
Só lá dentro escondida.
O artista, com certeza,

É quem vai lhe dar a vida.

Maria Luiza Campos

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III - POESIA




O Ovo Azul da Galinha Rosa


O galo, muito afinado,
Cocoricou no terreiro.
A galinhada fez coro,
 no fundo do galinheiro:

- A Rosa botou um ovo!
- A Rosa botou um ovo!

Sendo parceiro da dama,
Pensou em fazer festança,
Anunciando o evento
Para toda a vizinhança.

- Não fez mais que a obrigação.
- Foi a sua salvação.
Já estava ficando velha.
- Ia mesmo pra panela -
Cacarejou a Amarela.

- Vejam só!  - exclamou a Carijó. -
Um ovo azul! Será real?
Até parece pintado...
Vai ver é falsificado.

O marreco, sossegado,
Com seu andar engraçado,
Também deu opinião.
Ao ver o ovo azulzinho,
Declarou, todo espertinho:
- Não sei não, hein, não sei não!

Franga branca, despeitada,
Até quis bicar o ovo.
Mas, levou muita pernada,
Só pra não tentar de novo.

-Não sei pra que tudo isso,
Pra que tanto rebuliço?
Acho que aí tem mutreta -
Resmungou a franga Preta,
Invejosa e xereta.

Galinha Rosa, assustada,
Não aguentou a emoção.
Declarou à galinhada:
- Vou parar a produção.

A turma do deixa-disso
Foi logo entrando em ação:
- Cocodeco, que que é isso?
Não vá dormir em serviço.
É intriga da oposição.


Parte do meu livro O OVO AZUL DA GALINHA ROSA publicado pela Paulus editora, com ilustrações do Marchi

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IV -  LITERATURA INFANTIL




PORQUE A LITERATURA INFANTIL É IMPORTANTE EM MINHA
VIDA

Acostumei-me a pensar, escrever e falar sobre a importância da
Literatura Infantil para os outros. Na perspectiva de convencer de
que é bom e necessário formar novos leitores. Com uma experiência
bastante prolongada nesse tema, sempre foi fácil enumerar razões
para convencer pais, educadores e leitores mirins de que ler livros de
literatura infantil é bom, é importante, faz bem para isso e para aquilo.
Hoje, exatamente agora, inverti a orem das coisas e me pus a pensar
– e escrever – sobre a importância da literatura infantil em minha vida.
Continuo pai e educador, mas estou muito longe de ser um garoto. No
entanto, a literatura infantil continua forte presença em minha vida. Por
diversas razões.
A primeira razão, a mais imediata e prática de todas, é a razão
profissional. Escrevo para crianças, indico livros para crianças,
analiso, leio e comento livros para crianças e isso me faz, por força
da profissão, acompanhar mais ou menos de perto o movimento
literário do que se escreve para crianças. Autores consagrados, jovens
revelações, autores estrangeiros, na medida do possível passeio por
essa larga produção editorial. É quase impossível, penso, estabelecer
uma classificação, uma corrente literária, ou uma tendência literária,
tantos são os títulos, os temas, os modos de se abordar e se escrever
e se ilustrar. Não há limite para a riqueza da criação literária feita
para a criança. Creio que é o filão literário mais rico, mais amplo,
mais profundo. Neste sentido, ler o que se escreve e é publicado para
crianças, atualmente, é um imenso estímulo para quem escreve. Há
de tudo e muita, muita, coisa boa. Não é à toa que o primeiro conselho
que dou para quem me procura ou me pergunta o que fazer para
escrever e publicar um livro para crianças é o seguinte: leia tudo que
puder, antes de pensar em publicar.
Outra razão, essa curiosa, até porque nem saberia como fazer e para
que fazer, é a vã tentativa de refletir sobre um “possível estatuto da
literatura infantil”. Se você, meu caro leitor, não entendeu o que eu
quis dizer com isso, acalme-se pois me apresso a explicar. O que é
literatura infantil? A resposta a esta pergunta, explicaria essa minha
intenção de refletir sobre um “estatuto da literatura infantil”. O que
cabe nesse estatuto? Não sei. Ou melhor, sei pouco. E uma das
coisas que sei, que aprendi na minha prática de educador fazedor
de outros leitores é que não cabe no “estatuto da literatura infantil”
aquela literatura bem feita, caprichada, cheia de metáforas belíssimas,
mas que no fundo diz respeito a crianças adultas que moram nos
adultos. Mais ou menos o seguinte: escritos que os adultos adoram,
com referências que os adultos entendem e gostam, mas que as
crianças não entram na leitura. O que mais cabe nessa reflexão: até
onde se limitam e se integram o texto e a ilustração? O texto sem
palavras, só de imagens, é um texto literário? Faixas etárias para
enquadramento de livros é uma boa? Qual é o limite da literariedade
de um texto? Textos para crianças devem ter uma preocupação maior
com o conteúdo? Quem tem razão nesta discussão atualíssima sobre
o preconceito exposto na obra de Lobato? Embora não tenha resposta
para essas perguntas, sempre que leio ou escrevo me vem à cabeça
essa reflexão: isto é literatura infantil? Se é, é por quê?
A literatura infantil é parte importante de minha vida por uma outra
razão gostosa, mais do que racional: gosto de ler ( e descobrir por
conta própria) os bons textos. Aqueles que me fazem rir e pensar.
Fazer rir é uma tarefa difícil, em qualquer arte, pois combina o
cotidiano com o olhar inusitado e com a visão do ridículo. Fazer
pensar é também difícil, principalmente aquele pensar que nunca
antes foi pensado. Pensar o que pensa todo mundo é mais fácil.
Pensar o que poucos pensam é mais difícil, muito mais. Por exemplo,
em épocas idas, pensar sobre os papéis femininos, quando quase
ninguém pensava isso e pouco se escrevia sobre isso. Muito menos
para criança. Aí surge um texto literário escrito para as crianças,
que faz as crianças rirem e pensarem, que faz adultos leitores
pensarem sobre o assunto. Mais do que compêndios sociológicos,
antropológicos ou pedagógicos. O texto abrindo gavetinhas da alma
humana antes fechadas.
Também reputo importância à literatura infantil em minha vida por uma
razão especial: a liberdade temática e formal. Escrever para crianças
permite aos bons escritores uma liberdade consentida e pactuada
de navegar por temas e formas antes não navegadas. Navegar é
preciso; escrever para crianças não é preciso ( no verdadeiro sentido
do ser preciso, ser exato). Não há precisão no escrever para crianças.
A provável liberdade de aceitação do leitor mirim deixa o escritor à
vontade para navegar em todos os mares e é nessa incerteza de onde
pousar sua pena que permite o risco, a ousadia, a criação fora dos
eixos, a invenção delicada. Mais do que escrever para adultos, estes
mais severos e seguros em suas aprendizagens de leitor, escrever
para crianças é não ter amarras, portos seguros, cais e âncoras
firmes.
Além dessas razões anteriormente expostas, espero que convincentes
para o precavido leitor, a importância da literatura infantil em minha
vida se fez forte marcante, sobretudo porque foi nessas águas que
aprendi (ou descobri) que ler nunca foi, não é e nunca será uma
questão de hábito. Ler, literatura infantil e outras coisas mais, é uma
questão de gostosuras, de prazeres. Que se apresentam na forma
de descobertas, de possibilidades, de rebeldias, de remontagens,
de outros olhares, de cotejamentos, de alternativas. Enfim, essas
coisinhas quase sem importância que fazem tanta diferença em
nossas vidas.

EDSON GABRIEL GARCIA
(Escritor e Educador)

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V - Flores, sempre flores!!!!



Primaveras da chácara vizinha


Esta é minha!


O delicado amaryllis


Meu pé de manacá



Pata de vaca branca. Que perfume!!!!!

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VI - Pecezinho, o pequeno corrupto

No Museu

Banho da fortuna 
(inspirado no filme Quem quer ser um milionário?)

Pastor
Pecezinho, o pequeno corrupto é uma criação do ilustrador Gilberto Marchi em parceria com a escritora Regina Sormani

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VII -  CONVITE



Gente querida!

Dia 21 de novembro às 20hs, estarei na acolhedora cidade de Jaú, ESPAÇO UNIÃO,  Livraria e Café, no Shopping Jaú para UMA NOITE DE AUTÓGRAFOS do meu livro POESIAS A GRANEL e outros livros.
Quem estiver na região, apareça para um abraço e um delicioso cafezinho. 
Regina Sormani

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