domingo, 17 de março de 2013

Almanaque de março de 2013 - 2ª edição, nº23


 I - Jorge e Francisco



Jorge, conforme diz a letra da música tema da novela das nove, "veio lá da Capadócia" e Francisco, o novo papa, vindo da Argentina, chegou ao Vaticano.

Por enquanto, Jorge, o guerreiro, pouco ou nada tem feito para salvar a pele da heroína da novela, a valente e sofredora Morena. E, Jorge, no seu cavalo branco, jamais apareceu para livrar as pobres meninas traficadas que vivem amontoadas no depósito daquela  boate em Istambul. Muita gente tem cobrado da autora, Gloria Perez, o motivo do nome Salve Jorge.. 

De acordo com o noticiário televisivo Gloria teria declarado que,  Jorge é o nome de batismo do papa Francisco e tal fato já seria motivo suficiente para que a novela se chamasse Salve Jorge.

Entenderam? Confesso que não entendi.

Em todo caso, já que o assunto envolve novela, lembrei-me  de uma outra, de autoria da saudosa  Janete Clair, cuja música tema dizia: "Irmãos é preciso coragem!"

E termino, em nome de todos os telespectadores, com o seguinte pedido:

Jorge e Francisco, rogai por nós!



Beijo grande da Regina Sormani

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II - A dupla formação do educador: leitor e mediador

Quem acha que a vida é moleza, espie um pouco essa dupla mão da estrada do educador envolvido em ensinar seus alunos a gostarem de ler. Ao mesmo tempo em que vai se firmando como leitor, aprende e repassa o que aprendeu para formar outros leitores. Uma estrada de mão dupla: de um lado caminha o leitor e do outro lado caminha o mediador. Aprendendo a ler, o educador vai se fazendo leitor; descobrindo os caminhos da mediação, vai se fazendo um mediador.

Como leitor, o educador vai acumulando experiência de saborear textos, de encontrar saberes guardados, de lidar com o desejo e com a escolha. Sobretudo, o educador vai se fazendo leitor descobrindo o convite ao prazer da aprendizagem que todo texto faz.

Como mediador, o educador vai encontrando caminhos, formas e jeitos de se colocar entre o leitor aprendiz e o texto. Primeiro, bem perto, bem próximo, quase no meio, entre o leitor e o texto, de forma a sentir a respiração do aprendiz em seus contatos com o texto. Depois, ligeiramente mais distante, mas ainda quase ao lado, ouvindo o compasso dos olhos do leitor aprendiz. Finalmente, distante, ausente, mas ainda próximo, acompanha a precisão do tato na escolha feita pelo leitor, agora mais do que um aprendiz, do próprio caminho no diálogo com o texto.

A vida é assim: a gente aprende e ensina. Aprende com quem já sabe um pouco e ensina quem sabe outro pouco. Aprende com o colega educador do lado, com o recado no mural, com a página marcada do texto lido antes por alguém, aprende com o jogo de olhares dos aprendizes. E aprende consigo próprio. Além de aprender, o educador, leitor e mediador, ensina quem sabe pouco e quem sabe muito. Sabendo pouco ou muito, sempre há espaço para aprender com alguém por perto. Quem ainda não percebeu essa condição da vida, precisa pensar sobre isso. Rapidamente. Quem acha que sabe tudo, sabe pouco. Quem acha que sabe pouco, está pronto para aprender muito. E vai descobrindo, aprendendo, prestando atenção, ensinando, tomando cuidado. De repente pensa que está aprendendo, mas está mesmo é ensinando. E quando pensa que está ensinando, ah! está mesmo é aprendendo.

Aprender e ensinar. Ser leitor e mediador ao mesmo tempo solicita ao educador carinho pelo texto, olhar de curiosidade, persistência e paciência na acomodação constante dos novos sentidos. Solicita ouvidos atentos para a diversidade e pluralidade e demanda amorosidade na dose certa para acompanhar perguntas, dúvidas e indecisões.

Para encerrar esse dedo de prosa, fica um mote para você refletir, na esteira do pensamento pra lá de conhecido de Guimarães Rosa, que escreveu e disse, por entre sertões e veredas “mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”: educador mesmo é aquele que se faz leitor e se dispõe à mediação.

Assim, assim, educadores vão se fazendo mediadores e leitores e enchendo nosso pé de meia literário com seu trabalho nas escolas do nosso país.





EDSON GABRIEL GARCIA - escritor e educador-


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III - Trovadores.com



A palavra de março é LUZ.






Só peço que a luz suprema
Que brilhou forte na cruz.
Conceda a este poema,
Uma fagulha de luz.


Marco Haurélio





De onde vem aquela Luz,
tão linda a nos encantar? 
Vem do céu, vem de Jesus 
.que morreu pra nos salvar!!! 

Nilza Sormani


Quando me virei pro sol
E me inundei de luz
Me senti um girassol
E esta trovinha compus

Laura Bergallo





Se nem tudo que reluz
é ouro puro e amarelo,
o amor é sempre uma luz,
um perfeito e puro anelo.

Nilza Azzi




Luz estelar que nos guia.
Luz que acorda a humanidade.
Luz da sabedoria.
Luz da vida, da verdade.

Regina Sormani




Sempre à procura de luz
tonta mariposa tomba
e adormece na sombra
do abajur que seduz.

Angela Leite




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IV - Arte


 O Coelho e a Tartaruga 

Arte inédita feita pelo ilustrador Gilberto Marchi, em lápis de cor SUPRACOLOR para empresa aérea AVIANCA.


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V - Páscoa

Um dos meus livros, QUEM TEM MEDO DO PORÃO, publicado pela Cortez, e baseado em fatos reais da minha infância, conta os apuros passados por uma turma de amigos dentro de um porão completamente às escuras. A única iluminação vinha de uma velha lanterna. A Páscoa estava chegando e o pessoal tinha resolvido entrar no porão  para procurar ovos de chocolate que ali estariam escondidos...
Sim, encontramos alguns ovos, mas, de galinha mesmo. Depois que tudo passou, rimos muito, mas, lá dentro todos nós ficamos com muito medo, pois a imaginação nos pregou várias peças. Ilustrações do Marchi.

FELIZ PÁSCOA!!!!